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POR UM MELHOR AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Coluna por Claudio Cunha - Presidente da ADEMI-BA

Retomar o crescimento econômico do Brasil tem sido um dos principais desafios dos últimos tempos. No entanto, mais do que uma causa a ser defendida, essa retomada deve significar um compromisso com a melhoria do ambiente de negócios em nosso país.
Segundo último ranking do Banco Mundial, intitulado Doing Business 2018, que compara o ambiente de negócios em 190 países do mundo, apesar de ter registrado uma ligeira melhora, o Brasil caiu da 123º para a 125º posição. Ao todo, são listadas 190 posições.
Segundo o levantamento, no topo de países com bom ambiente de negócios estão Nova Zelândia, Cingapura, Dinamarca, Coreia do Sul, Hong Kong e Estados Unidos. São economias onde as regulações, leis e burocracia não entravam o funcionamento das empresas.
Principalmente, no atual momento de insegurança jurídica em que vivemos. Estamos às vésperas das eleições para os Poderes Legislativo e Executivo e, no âmbito nacional, temos acompanhado um cenário bastante incerto quanto à escolha do próximo Presidente da República.
Precisamos de um governante com repertório e experiência, que transite bem entre os setores e consiga estabelecer boas relações com o Congresso Nacional. Assim, poderá criar condições mais favoráveis para o estabelecimento de um bom ambiente de negócios no país.
Um governo comprometido em gerar um ambiente de negócios positivo é fundamental para desburocratizar a máquina pública, promover reformas, além de eliminar os entraves que impedem novos investimentos e a geração de emprego e renda para alimentar a economia.
Os entraves burocráticos no mercado imobiliário foram inclusive um dos temas abordados na 90ª edição do Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC) esse ano. Estudo realizado pela Associação Brasileira das Incorporadoras (Abrainc), em parceria com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), verificou que a burocracia nacional aumenta em 12% o valor final do imóvel para o proprietário. Isso equivale a um prejuízo de R$ 18 bilhões por ano. Por isso, acreditamos que a redução da burocracia deve fazer parte do caminho para um melhor ambiente de negócios.
Esses são caminhos para recuperar o otimismo do mercado. A construção civil começou a experimentar boas notícias: no segundo trimestre desse ano, houve um aumento de 20% nos lançamentos imobiliários e de 32% nas vendas de imóveis, de acordo com dados da CBIC.
No entanto, esse crescimento não foi acompanhado pelo aumento no número de postos de trabalho. Segundo o IBGE, esse ano houve uma diminuição de 170 mil vagas em comparação ao ano passado. Em 2017, foram 6,7 milhões de empregos na construção civil no segundo trimestre contra 6,5 milhões no mesmo período esse ano.
Os dados mostram que é preciso melhorar essa realidade e, para tanto, um bom ambiente de negócios é essencial. Dessa forma conseguiremos recuperar os trilhos do crescimento econômico tão esperado.
Cláudio Cunha
Presidente da ADEMI-BA
(Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia)