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Índice puxa aluguéis para baixo em Manaus
Preço de locações em Manaus continuará em deflação em janeiro, apontam especialistas
Com a divulgação realizada nesta semana pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) de que o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que corrige o valor dos aluguéis em todo o país, terminou o ano de 2017 com deflação de 0,52%, especialistas na área do mercado imobiliário de Manaus apontam um leve crescimento para janeiro de 2018.
A deflação é a primeira anual do IGP-M desde 2009 (-1,72%), ou seja, o índice encerrou o ano com a segunda taxa anual mais baixa de sua história, iniciada em 1989. Com isso, o IGP-M, usado para reajustar a maioria dos contratos imobiliários, teve variação positiva de 0,89% em dezembro, após variar 0,52% em novembro.
Retomada das locações
Para o economista Alison Nogueira, janeiro será o mês de retomada do crescimento econômico do setor imobiliário. “Isso acontece, porque o setor imobiliário é um reflexo dos outros setores da economia.
O que vimos em 2017 foi que não houve muitas negociações de compra e venda de imóveis, em função da crise econômica que tivemos em anos anteriores. E como o ano de 2018 já se apresenta como um melhor cenário econômico em geração de empregos, iremos ver mais pessoas procurando imóveis para alugar ou para comprar.
Principalmente esses imóveis que a Caixa Econômica negocia, com pagamentos parcelados”, disse ele. Nogueira informa que a FGV também tem um índice de reajuste de aluguel em deflação. “Então, a rigor, os contratos de aluguéis devem ser reajustados para ficar em um valor menor. Porém essa prática só é seguida no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas, menos em Manaus, onde as pessoas negociam pelo imóvel e pelo tipo de contrato com o locatário. E se for para empresa, o proprietário não oferece nenhum desconto no aluguel”, lamentou.
Nogueira salientou ainda que o proprietário amazonense prefere deixar o imóvel parado e pagar dos impostos, do que alugar a um preço mais barato. “Isso que acho incrível, pois a maioria deles não querem reduzir o preço mesmo correndo o risco de perder o locatário. E quando chegam a um preço, não baixam e nem oferecem reajuste”, criticou Nogueira.
Segundo o economista, só na área industrial mais de 40% dos galpões estão desalugados. “Ao compararmos com Belém (PA), uma cidade de mesmo porte que a nossa, Manaus apresenta os valores dos seus imóveis para aluguel 20% mais elevados. E isso se deve, porque a renda per capita da cidade é mais elevada por conta do Polo Industrial”, finalizou.
Janeiro favorável
Outro especialista que aponta uma deflação no setor em janeiro de 2018, é o diretor comercial e corretor de imóveis da empresa Smart Imob, Anderson Vital. Para ele, sem dúvida, o setor imobiliário vai iniciar em queda, porém, será mais atrativo para o bolso da pessoa que deseja ter a sua casa própria.
“As campanhas oferecidas pelas incorporadoras tem valores de imóveis para a venda mais baratos, consequentemente o número de interessados em alugar irão diminuir, exatamente pelos preços atrativos para a aquisição da casa própria”, disse Vital. Para ele, a ação dos inquilinos vai forçar a todos os proprietários de imóveis alugados a baixarem seus valores. “Pois, se isso não acontecer, os proprietários irão correr o risco de ficar com os seus imóveis fechados e sem retorno financeiro por um longo prazo”, disse.
Reação lenta
Já para a corretora de Imóveis da empresa Unimóveis Imobiliária, Maria Helena Bernardo,o mercado em geral estará reagindo lento, mas em evolução no fim do ano de 2018.
Segundo a corretora, a negociação, independente do resultado final do IGP-M sob a taxa anual estar em deflação, o setor imobiliário sempre corresponderá a lei da oferta e da procura de imóveis.
“Essa deflação corresponde em cima da negociação do imóvel, onde o mercado, se tem muita oferta, cai. Porém, esta deflação tem a ver com o reajuste no valor do aluguel, mas a maioria dos proprietários amazonenses nunca reajustam esse valor para baixo, ele sempre mantém a locação no mesmo valor, o que leva o inquilino a procurar um outro imóvel mais barato. Com isso, acaba pagando o preço do desconforto da mudança de imóvel para um outro mais barato”, salientou.
Fonte: Portal Amazônia