22 jun, 2021

Construção que fortalece

Artigo publicado no jornal A Tarde, em 19/06/21

Um ano após declaração de pandemia da Covid-19, a economia dá sinais de reaquecimento. Ainda esta semana, o IBGE divulgou que o PIB avançou 1,2% no primeiro trimestre de 2021, alavancado, em especial, por setores como a construção civil e imobiliário com 2,1% e 1% respectivamente.   

Para o setor, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) espera um crescimento de mais 5% em relação ao ano anterior – o que evidencia o papel fundamental desta atividade econômica no desenvolvimento do país.      

A construção vem remando contra a maré desde 2014, e tem vivido um momento nos últimos 10 anos. Apenas no primeiro trimestre, o mercado alcançou um aumento nacional de 52% nas vendas de imóveis.   

O percentual encontra reflexo em Salvador, com crescimento de 52% nas unidades comercializadas, conforme registrou a pesquisa imobiliária da ADEMI-BA. Na Bahia, esse aumento chegou à marca de 31%.   

De acordo com a Abecip, os lançamentos de imóveis no primeiro trimestre de 2021 somaram 26.384 unidades, um crescimento de 39% se comparado ao mesmo período do ano passado.   

No acumulado dos últimos 12 meses, os lançamentos totalizaram 128.445 unidades, alta de 10,6%. Diante dos dados, investidores seguem confiantes numa continuação de crescimento para o setor.   

Esse fortalecimento também acelera a criação de novos postos de trabalho que ajudam a dar mais liquidez à economia. Apenas em Salvador, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), entre janeiro e abril deste ano, a construção criou 12.275 empregos, recuperando os 7.075 empregos perdidos durante todo o ano de 2020.  

O bom desempenho também reforça os dados apontados pela Datastore, empresa especializada em pesquisas de demanda no mercado imobiliário. Segundo o estudo realizado no primeiro quadrimestre do ano, 28,08% das famílias brasileiras com salário superior a R$ 1,5 mil por mês, e as altas rendas, têm a intenção de comprar imóveis nos próximos 24 meses, o que corresponde a mais de 14,25 milhões de famílias, o quinto recorde sucessivo de maior demanda do século.   

A própria economia tem gerado boas oportunidades, com a baixa da taxa Selic e novas modalidades de financiamentos imobiliários que fazem uso do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Em fevereiro, esses financiamentos atingiram o número recorde de R$12,45 bilhões. 

Para 2021, apesar da luta contra a pandemia da Covid-19 não ter terminado, as projeções seguem otimistas. Um sentimento coletivo, reforçado pelo avanço da vacinação. Até essa última semana, 27% da população baiana já havia tomado pelo menos a primeira dose do imunizante.   

Todos esses fatores já revelam que os sinais positivos divulgados pelo IBGE são apenas uma pequena mostra da capacidade de superação brasileira aos desafios que o mundo impõe. No que depender da construção e do mercado imobiliário, o país avançará mais rápido.  

  

Cláudio Cunha            
Presidente da ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia).