O crédito necessário para o mercado

A disponibilidade de crédito no mercado é um fator decisivo para a maioria das pessoas comprarem um imóvel. Segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), entre julho de 2020 e julho de 2021, o volume financiado com recursos da poupança (SBPE) chegou a R$ 185,6 bilhões de reais, representando um aumento de mais de 100% em comparação ao período anterior. 

De acordo com a pesquisa Febraban de Economia Bancária e Expectativas, a carteira total de crédito deve se manter em um ritmo de expansão elevado e crescer 12,3% em 2021. A projeção é superior à registrada na última edição do levantamento (+11,3%), feita em agosto. Ela se alinha à nova estimativa feita pelo Banco Central, que projeta aumento de 12,6%.    

A Caixa Econômica Federal, por exemplo, beneficiou quase um milhão de famílias com a linha de crédito habitacional atrelada à caderneta de poupança, que teve a taxa de 3,35% ao ano reduzida para 2,95% nas contratações feitas a partir de 18 de outubro deste ano. Para 2021, a meta do banco é liberar R$ 130 bilhões em crédito e promete seguir este ritmo em 2022.   

Conforme a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), esta nova taxa representa um aumento de 6% no poder de contratação de financiamento pelas famílias, o que acaba beneficiando o setor da construção civil já que taxas mais atrativas impulsionam a procura, principalmente no segmento popular, financiado, em boa parte, pela Caixa.  

É óbvio que a construção e demanda por imóveis costumam ser afetadas pelo comportamento do crédito. Entretanto, para que estas projeções otimistas se mantenham, é preciso o controle da inflação e a manutenção das taxas de juros acessíveis.  

Lembrando sempre do planejamento familiar ao comprar um imóvel e de exigir o Registro da Incorporação. Sem ele não é possível contratar o financiamento. 

Cláudio Cunha         
Presidente da ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia).