Mulheres lideram contratações na construção civil entre janeiro e maio de 2023
Nos primeiros meses de 2023, a construção civil figura como o setor que mais gerou empregos no país. E as mulheres surpreenderam ao liderar as contratações entre janeiro e maio deste ano, representando cerca de 60% das admissões, de acordo com dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Esse percentual superou o índice geral de contratações femininas nos demais setores da economia.
A atuação feminina na construção civil tem apresentado um crescimento gradual ao longo dos anos. Em 2018, o IBGE registrava aproximadamente 110 mil mulheres com empregos formais nesse setor, um número que aumentou em impressionantes 120% ao longo de uma década. Em 2020, o Painel da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS), do Ministério do Trabalho, apontou um salto para 216 mil mulheres atuando na construção civil. E, agora, em 2023, a contratação de mulheres superou a de homens.
Com o aumento do acesso à educação e à formação técnica, as mulheres têm se capacitado e mostrado aptidão para desempenhar uma ampla gama de funções no campo da construção civil. Elas têm rompido barreiras e conquistado espaço em diversas áreas, desde arquitetura e engenharia até a execução de obras. Com o crescente reconhecimento de suas habilidades, competências e capacidades técnicas, as profissionais têm contribuído de forma significativa para a melhoria da qualidade e eficiência dos projetos.
A relevância do mercado imobiliário e da construção civil vai além do cenário econômico, refletindo também o desenvolvimento social do país. Para Viviane Fonseca, Diretora Comercial e de Marketing da ADEMI-BA, esse aumento da presença feminina no setor traz benefícios socioeconômicos, uma vez que representa uma oportunidade para o crescimento da economia, ampliando o leque de talentos disponíveis.
Outro fator importante é o protagonismo feminino na demanda por imóveis. A mulher tem a clara compreensão das suas necessidades e desejos em relação às propriedades, o que influencia a decisão familiar durante o processo de escolha de um imóvel. Elas também apresentam seu próprio poder aquisitivo, assumindo, em muitos casos, a iniciativa e conclusão de todo o processo de compra.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Fundação Carlos Chagas, 21,1% das mulheres relataram ter decidido sobre a compra do imóvel sem qualquer influência dos seus cônjuges, evidenciando sua independência e capacidade de tomar decisões importantes no âmbito imobiliário. “Esse empoderamento financeiro e decisório é um reflexo da crescente participação e relevância das mulheres no mercado imobiliário e na sociedade como um todo”, reforça Viviane Fonseca.