04 jul, 2018

BIM: USO DE NOVA FERRAMENTA TRAZ NOVAS PERSPECTIVAS PARA MERCADO IMOBILIÁRIO

Uma nova ação do Governo Federal promete trazer novas perspectivas para o setor imobiliário em todo o país. A partir de 2021, o uso do BIM (Building Information Model) será obrigatório em todos os projetos de obras públicas federais. Desconhecido para aqueles que não têm trânsito na área de engenharia, o BIM funciona como um aglomerado de métodos, processos, softwares e tecnologias que possibilita a construção virtual de um empreendimento de forma precisa. Diferente do CAD, que elabora maquetes 2D ou 3D, o BIM permite a incorporação da quarta e quinta dimensão em um projeto.

Isso significa que, além do desenho em até três dimensões, há uma análise do ciclo de vida da obra com exatidão, incluindo tempo e custos, através da automatização de alguns dos processos de programação, riqueza de detalhes, documentação, fabricação, a logística da operação e manutenção do empreendimento.

Desta forma, os responsáveis pela obra podem ter uma visão geral do projeto antes que ela seja iniciada, permitindo o gerenciamento das informações de forma mais inteligente ao longo de todo o processo, calculando custos reais através dos dados que dizem com exatidão qual a duração da obra, quanto de material será utilizado, até o custo final.

Outra vantagem é que a visão antecipada do resultado evita que uma instalação elétrica se choque com canos ou vigas. Avaliar se uma porta terá o espaço necessário para sua abertura, garantindo mais qualidade na concepção arquitetônica e também na manutenção predial é outro exemplo de questão observada.

Com o lançamento do decreto do Governo Federal, espera-se criar um ambiente adequado para investimentos relativos ao BIM até 20121 para que a partir disso, tanto as obras públicas quanto as de iniciativa privada ganhem mais transparência no uso dos recursos financeiros e na mão de obra, evitando superfaturamentos e desperdícios.

Na Bahia, o movimento em prol do uso da ferramenta já está acontecendo, principalmente, dentro das universidades. No Prêmio Inovação Acadêmica, promovido pela ADEMI-BA, um percentual considerável dos projetos em disputa foi voltado para o uso do BIM na redução de tempo, custo e mão de obra na construção civil.

O professor de Arquitetura da UNIFACS, Luis Gustavo Costa, explica que “anteriormente, os projetos eram feitos através do CAD, que nada mais era que uma prancheta eletrônica. Ao desejar uma parede, por exemplo, se fazia com a representação de duas linhas. Com o BIM, estão contidas as informações de material utilizado desde o tijolo até a tinta, além de quantificar e orçar o material usado”.