14 jun, 2021

A necessária colaboração para construir com eficiência e sustentabilidade

Artigo publicado no jornal A Tarde, em 12/06/21

A construção civil é uma atividade com alto potencial de geração de desenvolvimento e impulsão da economia. No entanto, para que essa meta seja alcançada é necessário o trabalho conjunto dos diversos setores da sociedade, que atuam em todas as etapas da construção, seja de uma estrutura para uso público ou de um empreendimento residencial.   

Dessa forma, para os setores de construção civil e incorporação imobiliária na Bahia, é urgente solucionar os percalços que oneram significativamente a atividade e, consequentemente, o custo final das edificações.    

Uma das grandes dificuldades do setor, contudo, vem de um ator essencial para a transformação de um projeto construtivo em realidade, pois fornece energia elétrica aos espaços públicos e privados da Bahia, que é a Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (Coelba).      

Entre os principais obstáculos enfrentados estão o desrespeito à legislação vigente, além do não cumprimento dos prazos legais por parte da concessionária.   

Essa morosidade contribui para atrasos nas etapas de incorporação e prejudica o início das obras. Consequentemente, ela vai gerar transtornos também na fase de entrega dos empreendimentos ao cliente final, assim como aumenta o custo da construção.    

Outro ponto é que a medição descentralizada deve ser retomada, voltando distribuir os compartimentos de medições nos diversos pavimentos das edificações, por ser mais eficiente e sustentável. A centralização da medição encarece a obra – e quem perde é o cliente – além de ser mais ineficiente, causando perda de energia.  

Insistindo na medição descentralizada, a Coelba está onerando a obra e retrocedendo para uma técnica que não é eficiente nem ambientalmente responsável, levando prejuízo em dobro ao cliente final.   

A concessionária precisa ainda adotar o sistema de medição remota, por meio de telemetria, como largamente utilizada em outras regiões do país, processo este já regulamentado pela ANEEL.   

Quando é preciso que a ADEMI-BA e o SINDUSCON-BA notifiquem a Coelba para reestabelecer o respeito que a atividade merece, há de se reconhecer que se busca curar feridas antigas com um remédio amargo.   

Porém, no momento em que a economia do país vem tentando se reerguer, após mais de um ano de transtornos, é fundamental recolocar o debate na pauta prioritária, procurando resolver definitivamente os problemas que atingem o setor e o cliente final.   

A construção é um grande gerador de emprego e renda. Mesmo em tempos difíceis como a pandemia da Covid-19, este foi um dos poucos setores que conseguiu remar contra uma forte maré que assola atividades econômicas ao redor do Brasil e do mundo.   

Na Bahia e principalmente em Salvador, a construção e o mercado imobiliário continuaram trabalhando no período de medidas restritivas, garantindo não somente o andamento das obras de empreendimentos e de infraestrutura, como também preservando os postos de trabalho.    

Vale frisar que na sociedade em que vivemos hoje, as instituições são interdependentes e que só com a colaboração de todos os atores pode-se alcançar um resultado satisfatório, em que a mesma sociedade seja a maior beneficiada.    

A retomada de um diálogo franco, objetivo e eficaz não será uma conquista da construção ou do mercado imobiliário, mas de todos.   

 

Cláudio Cunha           
Presidente da ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia).