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Coronavírus: como a indústria da construção vai enfrentar essa pandemia?
Obras ainda estão em andamento e profissionais devem tomar muito cuidado para evitar a contaminação.
Em janeiro de 2020, as perspectivas para os resultados da construção civil ao final do ano eram outras. Com o resultado positivo do PIB da Construção Civil em 2019 – fechamento de 2% de acordo com previsão da Fundação Getúlio Vargas (FGV) – a expectativa era de que o andamento das obras tivesse um bom ritmo, os lançamentos crescessem e as obras de infraestrutura também fossem retomadas (em contato recente com a Câmara Brasileira da Indústria da Construção, foi informado à nossa equipe de reportagem que as informações sobre andamento das obras de infraestrutura estão congeladas).
O Covid-19, mais conhecido como Coronavírus, infelizmente, se tornou uma pandemia e impactou também o Brasil. O vírus trouxe diversas mudanças para o comportamento social e contenções que devem proteger as pessoas do contágio, para evitar que cheguemos a uma situação caótica na saúde.
Todos os segmentos foram afetados por essa pandemia de alguma maneira. Mas, de que forma a construção civil está sentindo esse impacto? No dia 18 de março – na semana que muitas empresas começaram a trabalhar remotamente e que diversas medidas como a orientação de fechamento dos shoppings, foram implementadas – a CBIC promoveu o evento online: Diálogos CBIC: o setor e a crise do Coronavírus.
Crise do Coronavírus: preocupações do setor
De acordo com o presidente da CBIC, José Carlos Martins, existem duas preocupações, a de curto prazo e a de longo prazo. A primeira está relacionada ao andamento das obras e também à saúde dos trabalhadores da construção: como continuar as obras sem que a saúde desses profissionais seja diretamente afetada? Este desafio o setor precisará enfrentar com serenidade, sabedoria e cautela.
Já o segundo aspecto, que ainda é muito nebuloso inclusive para a entidade, é relacionada aos dados econômicos que, inevitavelmente, a economia brasileira e mundial sofrerão os impactos. Entendendo a importância do setor para o país e do diálogo neste momento, a CBIC aproveitou para lançar um canal direto com as entidades associadas e as empresas construtoras “para conhecer os problemas locais e buscar soluções para atenuar os efeitos sociais e econômicos da presente crise no setor”, trata-se do formulário com o nome “Como a CBIC pode te ajudar?” já disponibilizado em seu site.
Como cuidar dos profissionais da obra?
Até o momento desta matéria, não havia um posicionamento das entidades da construção de orientação para paralisar por completo as obras em andamento. A ideia é que as construtoras atuem de forma responsável e reduzam o número de profissionais na obra para reduzir também as chances do contágio, seguindo as orientações das organizações de saúde. Confira um check list de cuidados preventivos que devem ocorrer nas suas obras:
– Preserve os grupos de risco: profissionais com mais de 60 anos e problemas respiratórios não devem continuar expostos trabalhando normalmente. É preciso garantir a preservação da sua saúde fornecendo licenças remuneradas até a crise passar.
– Evite aglomerações: sabe-se que o contágio é mais fácil quando grupos de pessoas estão muito próximas. Por isso, além de reduzir as equipes em obra, é preciso reavaliar o cronograma de horários. Por exemplo: os profissionais devem sair para almoçar em pequenos grupos e horários diferentes; o número de profissionais a utilizar o transporte vertical, como elevador cremalheira, também deve ser reduzido e limitado a duas pessoas.
– Meça a temperatura: na portaria, é importante aferir a temperatura dos trabalhadores garantindo que nenhum deles está com o principal sintoma da doença, que é a febre.
– Abastecimento de álcool gel: garanta o abastecimento de álcool gel em locais como: escritórios, portaria, refeitórios, e garanta seu uso pelos colaboradores.
– Tenha um técnico de saúde do trabalho circulando nas obras: esse profissional deve garantir que a higienização está sendo feita de forma correta e ajudar na preservação da saúde dos trabalhadores, alertando quanto ao comportamento social, por exemplo.
Fonte: Mapa da Obra