19 set, 2021

Timing de novos lançamentos

Artigo publicado no jornal A Tarde, em 18/09/21

À medida que a vacinação e a retomada segura das atividades econômicas avançam, o mercado imobiliário se mostra cada vez mais otimista. Isso é o que revela a Sondagem Indústria da Construção, feita pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa mostrou que a tendência de recuperação e capacidade operacional está no ponto mais alto desde 2014, refletindo a recuperação do desempenho do setor.  

Outro dado que atingiu recordes positivos foi o Índice de Confiança da Empresa Industrial (ICEI), que acumulou alta de 5,7 pontos no mês de agosto, maior percentual de 2021. Indicando a confiança generalizada no setor, otimismo que vem crescendo desde agosto de 2020.   

Isso se reflete também na vontade dos agentes da Indústria da Construção em investirem, fazendo o índice de intenção de investir chegar no ponto mais alto desde 2014. O aumento, na comparação de agosto com julho, foi de 3,5 pontos, alcançando 45,4 pontos. Em relação a agosto do ano passado, a alta foi ainda mais expressiva: 5,9 pontos.    

No público geral, a vontade em comprar um imóvel como investimento também tem crescido. De acordo com o levantamento divulgado pela Brain Inteligência Estratégica, 57% daqueles que ainda não possuem imóveis como investimento, desejam fazer uma aquisição com esse objetivo. Isso atesta a confiança e o interesse que o brasileiro tem pelo imóvel como forma de investimento.    

Ainda conforme a pesquisa, do total de futuros investidores, a maioria visa com imóveis obter rentabilidade por meio de aluguéis (54%), um terço quer ter o imóvel como reserva de valor (32%) e apenas 14% querem comprar para revender.  

Há muito tempo o mercado imobiliário não está tão otimista, mostrando que é possível uma recuperação após um período difícil. Além das projeções, essa retomada já está sendo vista com o aumento no número de imóveis residenciais comercializados no primeiro semestre de 2021.  

Somente nos seis primeiros meses deste ano, o Brasil registrou alta de 46,1% na venda de apartamentos novos, na comparação com o mesmo período de 2020. O Produto Interno Bruto (PIB) do 2º trimestre deste ano do setor da construção registrou um crescimento 2,7% e completou o 4º trimestre consecutivo de alta no setor.   

De janeiro a julho deste ano, a construção registrou mais de 200 mil novos postos de trabalho com carteira assinada. Com o resultado positivo do indicador divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), as projeções de alta para o setor neste ano poderão ser revistas podendo ultrapassar os 4,5% estimados.     

Neste último mês, o custo com a mão de obra ficou estável e o gasto com materiais e equipamentos também apresentou a menor variação desde junho de 2020. Em julho, o preço de materiais essenciais à construção, como vergalhões e arames de aço ao carbono ficaram estáveis e, no mês seguinte, apresentaram retração de 0,69% em seu preço.    

Porém, é importante destacar que o aumento nas vendas vem reduzindo a disponibilidade de unidades, o que pode elevar os preços dos produtos.  Para contornar essa situação, é importante que as construtoras e incorporadoras sigam com os lançamentos das obras, gerando a manutenção dos empregos e seguindo com boas perspectivas para o crescimento econômico.  Por isso, é hora de tirar os projetos do papel e lançar novas unidades, oferendo ao mercado a expertise em criar projetos inovadores.  

Com um mercado imobiliário forte, todo o país se desenvolve, com retorno para as empresas de toda a cadeia produtiva, gerando empregos, renda, e benefícios que são sentidos por toda sociedade.   

 

Cláudio Cunha            
Presidente da ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia)