CBIC defende simplificação dos serviços notariais e de registro em audiência
CBIC participou de audiência pública sobre a organização dos serviços e regime jurídico de oficiais de registro e tabeliães.
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), representada pelo consultor jurídico Marc Stalder, participou nesta quinta-feira (23/09) de audiência pública interativa do Grupo de Trabalho, Serventias Notariais e Registro e Custas Forenses da Câmara dos Deputados sobre a organização dos serviços e regime jurídico de oficiais de registro e tabeliães.
O GT visa apresentar uma proposta de legislação para adequar o texto da Lei 10.169/2000, que estabelece normas gerais para a fixação de emolumentos relativos aos atos praticados pelos serviços notariais e de registro, à atual realidade do País.
A simplificação dos serviços notariais e de registro, com tecnologia, segurança e maior acessibilidade, foi um dos pontos defendidos por Marc Stalder, que também salientou a importância do debate franco, aberto e objetivo sobre o tema, com um olhar para o bem maior.
Segundo o consultor jurídico da CBIC, todos os assuntos tratados na audiência podem ser sintetizados e vistos de forma encadeada, para alcançar o resultado pretendido que é a simplificação do sistema, com ganho de segurança, qualidade e acessibilidade, da forma mais ampla, que só a inovação tecnológica permitirá.
“Nos últimos anos houve uma evolução nos registros públicos, mas não uma inovação”, destaca, apontando três premissas necessárias para alcançar o resultado esperado:
- Não basta excluir os penduricalhos da conta dos emolumentos e taxas
- Prestígio à pessoa do notário e do registrador
- Enfrentar e resolver distorções e desproporcionalidades dentro dos próprios cartórios/estados
Organização da serventia, teto remuneratório e responsabilidade dos notários e registradores
Para Stalder, a organização da serventia está relacionada à livre escolha do tabelião. Sobre serventia deficitária, ressaltou que ela não deve ser tratada de forma generalizada, em razão da sua representatividade na comunidade. “Não é extinguir serventia, mas fazer com que ela atenda o serviço que se presta fazer, de forma inteligente”, frisou.
Sugeriu um teto remuneratório nacional que leve em consideração as especificidades de cada localidade, além de destacar a responsabilidade dos notários e registradores, seja em relação à natureza jurídica e à forma como são tributados, seja ao efeito vinculante das decisões dos corregedores permanentes dos tribunais de cada estado para trazer maior segurança jurídica e responsabilidade.
Sobre a explosão das taxas/emolumentos, o deputado Rogério Peninha (MDB-SC) sugeriu, para análise do Grupo de Trabalho, o estabelecimento de um limite máximo para incluir os penduricalhos e taxas nos cartórios, que atendem à fiscalização e gratuidade.
Presidida pela deputada federal Soraya Manato (PSL-ES), a audiência também contou com as participações de:
- Rafael Favetti, advogado, doutor em Direito Constitucional pela UnB e professor no IDP
- Tiago Lima de Almeida, vice-presidente da Comissão de Direito Notarial da OAB/SP
- Deputado Celso Sabino (PSL-PA)
- Deputado José Nelton (Podemos-GO)
- Deputado Delegado Pablo (PSL-AM)
FONTE: CBIC