07 jun, 2021

As novas gerações do cliente imobiliário

Artigo publicado no jornal A Tarde, em 05/06/21

Empreendimentos modernos, versáteis, automatizados, práticos, sustentáveis, não necessariamente amplos, mas adaptados para necessidades do dia a dia. A pandemia acelerou mudanças no comportamento e no consumo, a nova geração traz demandas em mobilidade, conectividade e funcionalidade quando o assunto é “morar”.   

Paralelamente, o percentual de idosos que compõem a pirâmide etária do país cresce, uma parcela significativa da oportunidade de negócios está vinculada, a imóveis que atendam aos anseios e necessidades de brasileiros com mais de 60 anos.   

Para se ter uma ideia, estatísticas revelam que o Brasil será, em 2050, o 6° país com maior número de idosos no mundo e que essa população responderá por aproximadamente 20% do consumo nacional. Mas será que a economia e o setor imobiliário está preparado para atender a essa demanda? Como acompanhar as tendências e satisfazer, ao mesmo tempo, um público sênior e uma geração de jovens nascidos nos anos 90 e 2000, na “era digital”?  

Se, por um lado, há uma distância geracional, por outro existe um interesse comum, as transformações intensificadas, no último ano, e a crescente preocupação com a qualidade de vida – independente da faixa etária, chamam a atenção do segmento.  

Plataformas digitais, o posicionamento online das imobiliárias e incorporadoras, assim como a assinatura digital de contratos e o uso de inteligência artificial para as obras são ferramentas que estão incorporadas. Da mesma forma, cresceu a valorização de espaços de lazer e imóveis que permitam a autonomia, o relacionamento social, o estudo e o trabalho remoto.  

No caso do público sênior, cresce uma forte demanda por imóveis com tomadas em altura acessível, elevadores com dimensões diferenciadas, rampas, ambientes sem degraus, portas e corredores mais largos, além de piso antiderrapante nas áreas molhadas, com conforto, segurança e também estrutura de suporte à saúde, são os Sênior Living.    

Para a nova geração, importam as experiências: espaços que estejam alinhados ao estilo de vida, condomínios com estrutura para entretenimento, valor agregado em sistemas sustentáveis (como placas fotovoltaicas para uso de energia solar), tomadas USB, coworking integrado.   

A diversificação e fusão de produtos imobiliários é uma necessidade imposta pelos novos tempos, e desafiam as empresas a conciliarem as demandas complexas de clientes heterogêneos. 

Em termos de investimentos, o momento é oportuno. Com projetos menos padronizados e mais próximos dos perfis de compradores do presente e do futuro, o setor vem ganhando força. 

A pandemia vem mostrando a necessidade de repensar os investimentos, e o mercado imobiliário pode representar uma aposta segura, dividindo estas aplicações e garantindo retornos palpáveis em empreendimentos ajustados às necessidades que emergem pautadas no novo estilo de vida.    

 

Cláudio Cunha           
Presidente da ADEMI-BA (Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia).