09 dez, 2017

“A sociedade está empenhada em recuperar a economia brasileira”, declara Ricardo Boechat durante a 28ª Convenção da ADEMI-BA

Com uma pauta voltada para discutir o cenário político-econômico do Brasil, o jornalista Ricardo Boechat veio à Bahia na manhã deste sábado para conversar com líderes do mercado imobiliário que se concentram em Praia do Forte, desde o dia 07 de dezembro, para a 28ª Convenção Anual da ADEMI-BA. 

O protagonismo da sociedade brasileira para superar a crise econômica que eclodiu no Brasil em 2015, foi um dos pontos reforçados pelo articulista durante a apresentação. Boechat, comparou a recessão a uma doença com possibilidade de cura.  “Toda adversidade traz um aprendizado. A crise fez a sociedade se interessar mais pela política e aumentar o grau de politização. Por muito tempo fomos vistos como o país do carnaval e do futebol. O brasileiro começou a reagir ainda em 2013, quando as pessoas foram às ruas exigir melhoria no serviço público de transporte. Essa reação reverberou nas redes sociais nos últimos tempos. Ter uma sociedade politizada eleva o nosso nível de exigência para com as autoridades públicas eleitas”, endossa. 

Para Boechat, a crise não é um acontecimento dos últimos três anos. Ele considera fruto de um histórico de embaraços políticos que refletiram diretamente na economia ao longo dos anos. O jornalista lembrou de casos obscuros, mas que merecem ser pontuados pelo peso que representaram para o país. “Tivemos um presidente que enlouqueceu no fim do mandato, tivemos outro que se suicidou, mais um que morreu às vésperas da posse e dois que passaram por impeachments, ou seja, a crise veio se alastrando em cadeia”. 

Questionado sobre as perspectivas para 2018, o palestrante se considera esperançoso, visto que pesquisas já mostram melhoria na taxa de empregos, números positivos nos três últimos PIBs, uma atuação melhor no agronegócio que alcançou a maior safra de grãos em 2017, além da inflação que permanece em patamares inéditos. “O paciente que esteve próximo de um diagnóstico de morte (referência ao Brasil durante a crise) começa a dar sinais de recuperação no quadro clínico. O setor imobiliário ainda sofre, mas em meio à instabilidade, existe um ambiente clareando. A sociedade, as indústrias, os setores estão mostrando independência e empenho para recuperar a economia brasileira”, defende.