08 dez, 2017

Moradias compactas são tendência no mercado imobiliário

A moradia do futuro tende a ser menor e mais compartilhada, defendem os palestrantes do painel Tendências

Fortalecendo a ideia de que é preciso reunir cada vez mais representantes do segmento imobiliário, autoridades públicas e investidores que influenciam sobre os novos conceitos de moradia, Cláudio Cunha, Presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (ADEMI-BA), conduziu os trabalhos do FLIMI – Fórum de Líderes e Investidores do Mercado Imobiliário, no segundo dia da 28ª Convenção Anual ADEMI, que acontece até 10 de dezembro, em Praia do Forte.

A manhã do encontro foi dedicada a discutir, entre outras coisas, “Tendências: as novas maneiras de morar”, trazendo o case do empresário Alexandre Frankel, CEO Vitacon, que nos últimos oitos anos, inspirado no conceito de casas pequenas, conseguiu erguer 37 prédios com o formato de imóvel compacto, ou seja, moradias de até 60 metros quadrados, em São Paulo. Por causa da demanda, Alexandre afirma que além dos empreendimentos entregues, mais 8 estão em produção para atender ao desejo do público. “Hoje, aqueles que têm interesse em adquirir um apartamento com 10m² podem fazer com um investimento de até R$ 100 mil.

Entenda o caso

A inspiração para apostar em empreendimentos menores veio após o desejo de morar mais perto do trabalho e diminuir o tempo que gastava no trânsito. Segundo ele, o trajeto durava cerca de três horas. O empresário vislumbrou uma mecânica que pudesse gerar mais qualidade de vida e tempo para investir em outras atividades. O interesse em explorar esse campo se fortaleceu depois do casamento, quando ele foi morar em um apartamento pequeno, mas que oportunizava, entre outras coisas, ir ao emprego de bicicleta.

“Nossos apartamentos são voltados para um público vem especifico: estudantes, pessoas solteiras e que precisam de mais dinamicidade no cotidiano. É possível sim, morar em espaços menores, compartilhando áreas comuns como lavanderia, escritório e até mesmo uma sala de jantar, por exemplo”, defende.

A vinda à Bahia, não foi apenas para apresentar e fomentar as novas tendências de moradia. Alexandre enxerga na praça uma oportunidade de prospecção e investimento no que tange às ferramentas tecnológicas, que estão revolucionando o segmento imobiliário. “Estamos pensando em um mecanismo de fechaduras inteligentes para evitar o uso de chaves. A ferramenta consegue contabilizar o número de entradas e saídas de casa e acionar a empresa de limpeza, quando for necessário higienizar a casa. Além disso, vamos direcionar o olhar para uma plataforma de aluguel de apartamentos”, declara.

Compartilhamento e qualidade de vida

Ainda falando sobre as condições para morar de forma compartilhada e com mais qualidade de vida, o FLIMI contou com a presença de Winston Petty e Mariana Brasil, fundadores do coliving CasaDaGente. Ambos residem em uma moradia compartilhada, com mais 9 pessoas, em São Paulo. O método implementado por eles visa ultrapassar as barreiras do “morar sozinho”.

Para Winston, a proposta da moradia compartilhada, não com o modelo de república, mas com a ideia de coliving,  tem por objetivo manter vivas as relações de afeto e dividir desafios com pessoas com o mesmo estilo de vida e que buscam desenvolvimento pessoal e profissional. “O convívio humano está raro. Hoje, conseguimos reunir morando em uma mesma casa pessoas que meditam, têm uma linha de alimentação parecida, gostam das mesmas obras – filmes, livros, autores-, idosos que vivem sozinhos, mas desejam estar longe do processo solitário e aqueles que precisam usar a casa como um espaço de trabalho”, explica.

A inspiração em escritórios de coworking (uso compartilhado), também faz parte da estratégia de negócio de Rafael Fiorotto, Diretor Comercial do Grupo Zap VivaReal e Marcelo Dadian, diretor da VivaReal e da SuaHouse. Para eles, os novos empreendimentos residenciais precisam apostar mais em modernidade e dinamismo. Dessa forma, devem ser pensados de uma forma em que o dono do imóvel tenha condições de adquirir um apartamento mais compacto e, consequentemente mais barato, mas que também ofereça diferenciais como lavanderia e escritório compartilhados.